´..até ali, basto eu!´ - A Lenda

2024-03-01

Esta narrativa histórica relata a lenda de Hermígio Romarigues, também conhecido como "O Basto", um guerreiro-monge que defendeu o Mosteiro de São Miguel de Refojos durante os ataques dos Mouros, liderados por Tarik. A história decorre no período do Império Visigótico, quando os Mouros avançavam pela região da Galiza.

Inicialmente, os rumores dos ataques dos Mouros chegaram ao Mosteiro de São Miguel de Refojos, mas foram subestimados pela população local. No entanto, quando Bracara Augusta caiu nas mãos dos invasores, o abade D. Gelmiro reuniu uma centúria de servos e homens de armas, liderados por Hermígio Romarigues, para proteger o Mosteiro.

Hermígio, descrito como um guerreiro-monge de grande estatura e rosto marcado por inúmeras batalhas, posicionou-se junto à ponte que dava acesso ao Mosteiro, jurando defendê-lo a todo custo. Com firmeza, proclamou: "até ali, por São Miguel, até ali basto eu!". Enfrentou três investidas dos Mouros com bravura e força, repelindo-os com a sua espada. A ponte acabou coberta pelos corpos dos inimigos, forçando os Mouros a negociar com D. Gelmiro em igualdade de condições, sem conseguirem destruir o Mosteiro ou matar os monges.

Após essa vitória, Hermígio Romarigues integrou-se no reduto cristão das Astúrias, onde a reconquista já estava em curso sob o comando de Pelágio. A Reconquista foi um período histórico em que os cristãos da Península Ibérica lutaram para retomar os territórios dominados pelos Mouros.

Em reconhecimento pelos serviços prestados a El-Rei Pelágio, foi erigida uma estátua em honra de Hermígio Romarigues, que ficou conhecido como "O Basto". A sua coragem e dedicação na defesa do Mosteiro e da fé cristã foram imortalizadas na história através desta lenda. Importa salientar que, embora baseadas em factos históricos, as lendas frequentemente combinam elementos reais com outros fictícios ou romantizados.